sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Exótico ao pé da letra (Parte I)



A chave para entender a cozinha tailandesa pode ser resumida em duas palavras: harmonia e contraste. Somadas a uma pitada de mistério, tornam-na uma das culinárias mais cobiçadas do mundo. Na capital tailandesa e em vários outros lugares dessa nação asiática se come muito bem, resultado de uma identidade que as boas influências dos países vizinhos só melhoraram.

Paradisíaca, a Tailândia tem séculos de intimidade com o que é bom, como prova a mais antiga inscrição já encontrada no país por arqueólogos, num marco fronteiriço: "Em todos os rios há peixes, em todas as árvores crescem os frutos e todos os thai são felizes". O enigma de uma cozinha tão encantadora parece vir do fato, segundo historiadores, de que o antigo reino de Sião é um dos raros países asiáticos que jamais conheceu a colonização ocidental. Ali, todas as convergências são da própria região, com uma influência mais acentuada da China (molho de soja,cozimento de aves e pratos com massa) e da Índia (especiarias e curry).


Fortemente baseada nas especiarias e na pimenta, é uma culinária perfumada e arrebatadora. Usa dezenas de condimentos, várias plantas aromáticas e uma série de pimentas, ou "prik", divididas em espécies mais ou menos picantes, mas todas com um poder quase atômico para quem não está acostumado com elas (é por isso que os restaurantes tailandeses em países ocidentais costumam suavizar suas receitas).


Curiosamente, foram os missionários portugueses na América do Sul que acabaram levando as pimentas para lá, gerando uma paixão acima de qualquer expectativa. O arroz é o ingrediente principal de muitas preparações, junto com o leite de coco. O amendoim também é bastante utilizado. Entre os temperos mais usuais estão o capim-limão, o coentro, o manjericão, a menta, o alho, o cardamomo, o tamarindo, o gengibre e o galanga, também chamado gengibre-da-montanha. Em Bangcoc, que quer dizer Cidade dos Anjos, o costume é comer nos canais (klongs) por onde passam os compridos barcos repletos de frutas, legumes e comidas, ou nas ruas apinhadas de ambulantes e barracas que, a qualquer hora do dia ou da noite, oferecem suas especialidades (sopas, peixes, carnes, massas).





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